quinta-feira, 27 de março de 2014

Hoje, quando eu sai de manhã, antes das sete, no meio das pedrinhas da calçada, estava o brinco que eu achei que tinha perdido, o brinco que eu mais gosto, que voltou pra mim. Comecei o dia com a sensação boa de que a gente não perde o que é nosso.

Hoje, eu ouvi de um filho que deixava ir sua mãe tantos agradecimentos emocionados que também me molharam os olhos.
Eu disse para uma mulher internada no CTI há mais de três meses que ela estava no seu melhor momento, que já já iria vê-la só de visita; ela, que sorria essa verdade, prometeu um bolo de chocolate.

No meio do caminho, senti a iminência da falta de sentidos, senti o coração disparar tanto que quase tive certeza de que me levaria para o longe que não sei.
Foi tão terrível que pedi ajuda. No sim apressado e certo, minhas queridas me buscaram, me encontraram, examinaram, coletaram exames, marcaram testes, não largaram a minha mão. Até agora.

Da minha cama, respiro quase melhor ouvindo a risada dos meus amores, pedacinhos de mim que sorriem o meu sorriso.
Tremendo de medo, só enxergo os tesouros desse dia.